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Exploração desordenada de Amazônia e Cerrado pode agravar seca

Conclusão é de estudo da zona de transição dos dois biomas que compreende o Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Área produz soja

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
Plantação de soja
1 de 1 Plantação de soja - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Um estudo científico publicado na revista Scientific Reports, em janeiro, mostrou que a utilização desenfreada do solo na região Matopiba, pode trazer graves consequências ambientais para a Amazônia e Cerrado. Cerca de 12% da produção de soja do Brasil se concentra na região.

A Matopiba, nome popularmente dado à zona de transição dos dois biomas, compreende o Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

O estudo foi realizado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INCT-MC) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

“Os resultados evidenciam um aumento na temperatura, déficit de pressão de vapor, frequência de dias secos e diminuição na precipitação, umidade e evaporação. Também apontam um atraso no início da estação chuvosa, o que aumenta o risco de incêndio durante a estação de transição seca para úmida. Esses processos podem se tornar mais intensos no futuro”, disse ao G1 José Marengo, coordenador-geral de pesquisa do Cemaden e primeiro autor do estudo.

O pesquisador também salienta que se nada for feito para conter a exploração desenfreada, a “produção agrícola vai cair porque é fortemente dependente do clima”.

“Esses achados fornecem evidências observacionais da pressão climática crescente nessa área [Matopiba], que é sensível para a segurança alimentar global, e a necessidade de conciliar a expansão agrícola e a proteção dos biomas tropicais naturais”, observa o pesquisador.

Recorde de desmatamento

desmatamento na Amazônia Legal bateu mais um recorde antes mesmo do fim de janeiro deste ano. Com dados apenas até o dia 21, o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou 360 km² desmatados.

O número é o maior desde 2015, início da série histórica do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter). Os alertas de desmatamento no mês de janeiro foram de 83 km² em 2021, 284 em 2020 e 136 em 2019.

O território conhecido como Amazônia Legal engloba nove estados (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins). O estado com maior área sob atenção foi Mato Grosso, com 118 km².

Em seguida, estão Rondônia (99 km²), Pará (52 km²), Roraima (41 km²), Amazonas (49 km²), Acre (9 km²), e Maranhão, com apenas 1 km² sob alerta de desmatamento.

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